sexta-feira, 16 de julho de 2010

Inversão de propósitos.

Todos adoramos reclamar do mundo em que vivemos e é até natural, já que ele apresenta problemas novos a cada dia. Os juros são absurdo, contas abusivas, violência que cresce exponencialmente, pobreza, corrupção, etc. As reclamações são desse estilo e param por aí, não há muito conteúdo e nenhuma crítica real na maioria das vezes.

Se pensarmos um pouco, problemas equivalentes sempre existiram e provavelmente sempre irão existir e não há uma fórmula mágica para acabar com todos eles. Entretanto, existe uma maneira de amenizá-los? É o que pretendo arrogantemente, no bom sentido, dissertar nesta postagem.



Vivemos em um sistema e não, não é nada parecido com o clichê incluso na palavra, é simplesmente uma soma de várias estruturas que nos cercam e são base de nossas vidas: Economia, política, comércio, transporte e por aí vai. Existe, obviamente, uma relação estreita entre essas estruturas que torna o sistema algo (quase)vivo e que gera uma certa interdependência entre eles.

Não como e seria desastroso acabar com o sistema vigente, não sabemos viver sem essas estruturas e o conforto que elas nos fornecem. Porém, a visão que temos desse organismo que nos rege é deturparda e muito falha. Toda e qualquer estrutura criada pelos seres humanos deveriam servir à eles, não a sí próprias.

O que ocorre é que a economia não existe para ajudar a potencializar o bem-estar humano, mas sim para sustentar a sí própria. Os Governos não agem de forma a organizar e ajudar uma nação, mas sim para sustentar seu próprio poder perante ela.

Toda estrutura serve a sí mesma e é fato. Se ela exerce uma função que nos auxilie de alguma forma é uma mera característica para a auto-sustentação dela obter êxito. Na política isso se vê mais claramente nos impostos, onde a maior parte do dinheiro é reservada para pagar despesas criadas pelo próprio Governo, não para melhorias reais e relevantes para a população. Quando isso não acontece a estrutura serve quem a comanda.

A postura desse sistema deve ser alterada e não sugiro revolução, mas sim uma mudança de pensamento e a constante crítica ao que nos rodeia. Vivemos e somos afetados por crises e mais crises que geralmente não tem relação alguma conosco, mas mesmo assim causam estragos gigantes sem termos ideia às vezes deonde surgiu.

Tentando olhar pelo prisma de um mundo onde a estrutura serve para melhorar a condição de vida, podemos analisar que algumas questões se tornam irrelevantes e descartáveis, como os juros, por exemplo. Ainda assim, obviamente, haveria problemas, pois tudo é falho. Entretanto os problemas seriam solucionáveis, já que o sistema não serviria a sí mesmo e não existiria a maquiagem superficial de uma questão relevante, ela seria resolvida porque a função seria solucionar.

Um bom exemplo de questão problemática que seria solucionado é o impacto ambiental por conta dos nossos modos de produção. Os danos causados são um problema grave e que em um sistema voltado para a melhoria da vida humana poderia ser contornado sem grandes polêmicas, pois não haveria o interesse de um ou dois países conflitante com a resolução, não teria porque defender um determinado interesse que é ligado ao Governo em sí, pois o que vem primeiro somos nós, pessoas.

Estamos numa era crítica, a crise do modelo iluminista é grande, mas são nesses hífens da história onde tudo parece estar próximo de um colapso que acontece uma grande mudança. Não esperemos a mudança vinda de uma ou duas pessoas, ou de um partido, ou de um movimento. A mudança tem que começar na forma como lidamos com o mundo e na nossa (não)aceitação ao que nos ocorre. E que venha uma nova era, ou... boa sorte!

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