sábado, 7 de agosto de 2010

Exageros e bobices.

Há algumas semanas só se falava sobre o comentário de Sylvester Stallone sobre o Brasil. O gostosão com carinha de Slot sem chocolate tentou fazer um comentário engraçadinho a respeito de nosso tão querido país. Na Comic-Con, Stallone disse que é mais fácil filmar no Brasil porque você tem mais liberdade para usar de violência. E que no Brasil, “você pode explodir o país inteiro e eles vão dizer ‘obrigado, e aqui está um macaco para você levar de volta para casa.”

Convenhamos que não foi um comentário muito feliz e que devemos sim ficar incomodados com esses tipos de coisa, até porque é sobre a nossa pátria. Porém temos que parar com a hipocrisia, não é? A maioria dos brasileiros, literalmente, caga e anda para a situação política e/ou social em que o país se encontra. Alguém assiste no Jornal Nacional sobre um caso de corrupção, fica revoltado e, entre um copo de tang e outro, comenta com os familiares: “Que absurdo! Viu? Quem mandou votar no Lula nove e meio?”. Logo após esse jantar de indignação, senta no computador e vai olhar o Twitter da Fátima Bernardes falando sobre suas 215 toucas diferentes.

O problema é que só nos tornamos extremamente patriotas na Copa, ou quando um estrangeiro fala mal dessa bela democracia em que vivemos. Deveríamos era nos preocupar com o que acontece e é falado aqui, não com o que os outros falam, até porque isso não é mais crime em nossas bandas.

Agora uma coisa que não posso deixar de comentar. Tudo bem, também não achei legal o que o Sly disse, mesmo sabendo que foi sarcasmo, entretanto o terrível foi ver como a maioria das mais cultas; célebres; engajadas; e paranoicas pessoas, se mobilizou. Criaram um movimento de tamanha importância que só foi superado pelo tombo da Ana Maria Braga, a ração para cães “Samudio” e o maldito cofre do Clodovil... sem piadinhas retardadas. Foi inventado o movimento “Cala a boca, Stallone!”
Sério, só eu acho que a juventude está tão rebelde quanto o Padre Marcelo Rossi erguendo as mãos? Sou o único a ver que o maior esforço do brasileiro em mudar alguma coisa é feito com uma frase besta e sem a menor relevância repetida mais vezes do que o episódio da viagem para Cancun do Chaves?

Todo esse besteirol tupiniquim me recorda de uma bela anedota que ocorreu aqui no Rio de Janeiro, nas últimas eleições para prefeito. Houve várias denúncias contra Eduardo Paes que marcaram a disputa entre ele e o Fernando Gabeira. Pois bem, sem entrar no mérito de opinião pessoal de quem era o melhor, Paes venceu, contudo a atmosfera era de suspeita e frustração, já que sua campanha se notabilizou mais pelo disque-denúncia do que pelas propostas. O mais bizarro foi o que as pessoinhas fofinhas e maravilhosas do meu coração, que votaram em Eduardo Paes, fizeram após isso. Elas justificavam qualquer suspeita em cima do citado ener... engur... enfim, desse carinha aí, com a frase: “Mas o Gabeira vai liberar a maconha.” POOOORRA, SEU ANIMAL! Como um prefeito vai liberar o uso de algo proibido em escala federal? Como, filho da puta? Estúpido, cocôzento! Mas tudo bem, Eduardo venceu de qualquer forma e grande parte dos eleitores do Gabeira organizou o Movimento “Pró Democracia”, que questionava as denuncias contra o Duda. A passeata foi um sucesso em relação ao número de pessoas, mas uma completa perda de tempo se pelo lado prático. Primeiro que muitos foram sem saber do que se tratava; um amigo do amigo do primo falou que ia ser legal, teria gatinhas de nariz de palhaço (deve ser um fetiche novo e avassalador, imaginem as piadas durante o sexo oral?). E segundo: fotos! Sim, fotinhas para o álbum do Orkut intitulado “Somos cidadÕES!”. Conheço inúmeros desocupados e debilóides que foram preencher o seu perfil com inúmeras poses e legendas sem sentido. Caso você perguntasse o porque dessa ameba estar lá, iria dizer:

_ Por que você quer ir?
_ Votei no Gabeira!
_ Ah sim, soube das denúncias, não é?
_ Ahn? Denunciaram o perfil dele? E aí, o Orkut deletou?? (AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH) acalmei ....

Bem, vou terminando por aqui mesmo sabendo que esse tema poderia render muito mais e que, mais do que nunca, vejo que o futuro do Brasil está nas mãos de retardados twitteiros e amantes de Stop na web. Aliás, esses jovens têm tanto talento e carisma quanto o ídolo nacional, quiçá, mundial, quem sabe... hemorroidal: Fiuk.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Bonecos de açúcar.

Retornando após uma folguinha, vamos ao post de hoje. Antes de começar, quero deixar claro que não há intenção alguma de minha parte em ensinar pais a como educar seus filhos, até porque não tenho filhos, pelo que eu saiba. Tudo escrito aqui é baseado numa coisinha chamada lógica confrontada com o que ocorre no dia-a-dia. Só para enfatizar antes que criem uma polêmica desnecessária. Bom, acabei adiantando o tema do texto de hoje, mas sem problemas, caminhemos sobre a água, como a lenda daquele carinha.

Ultimamente eu tenho reparado em como as crianças andam muito, mas muito mimadas. Eu sempre achei que eu fui mimado demais pelo meus pais, porém, só pelo fato de eu ter consciência disso, me faz menos cego do que esses pré-adolescentes que acreditam, assim como os mórmons e a família Charles Manson, que o mundo gira ao seu redor.

Para começar essa crítica eu estabeleço que "crianças" são pessoas entre 9 e 13 anos, depois disso já não são mais bebês, até porque já começaram a fazer outros bebês. O importante a se notar é como esse processo de paralisia intelectual no futuro da nação (estamos perdidos, a propósito) se desenvolve.

Tudo começa em um protecionismo exagerado, beirando a obsessão dos pais para com seus herdeiros e herdeiras. Os pequenos são tartados como cristal: armaduras para andar de bicicleta, chuteira para jogar bola no asfalto (Puta merda, hein?!), o máximo de espaço para se divertir é o playground do condomínio, andar de skate só em casa (é melhor que em um túnel, admito), entre outros fatos que são apenas exemplos do efeito dominó sério que acontece em seguida.

Para resumir essa parte mais superficial, as crianças tem que se foder mesmo. É, exatamente! A vida vai ferrar você, então comecem a se acostumar. O dever do pai e da mãe não é deixar seus filhos lisinhos e intocáveis, mas sim levantá-los após uma queda, cuidar de um machucado e mostrar as lições aprendidas com aquilo (no meu caso a lição foi "nunca bata de frente com um muro andando de bicicleta, por que é burrice").

Obviamente que o mundo está violento e não culpo os pais por essa preocupação toda, realmente deve haver proteção, não estou discordando disso, entretanto estão passando de todos os limites. Antes fosse só a parte física, citadas anteriormente, mas não, claro que não, as pessoas tem a imbecilidade de piorar tudo que está ruim. O "cercadinho da mamãe" ultrapassa fronteiras, muito mais do que a TIM, que não pega no metrô, e atinge em cheio a parte mental. Todas as crianças são lindas, perfeitas, cheirosas, fofas, nheco-nheco (não, eu não sou padre).

Nenhuma delas tem defeito! Os pais são incapazes, nos dias de hoje, de tentarem mostrar as coisas erradas nas atitudes das crianças e fazê-las conviverem com a crítica. Pode parecer meio absurdo eu propor aos pais que apontem defeitos de seus filhos, mas isso deve ser feito. Quando não o fazem, o que vemos são crianças que crescem perfeitas em seu mundo, sem nenhuma base para lidar ao ouvir coisas que não gostam. A partir daí, esses já adolescentes acabam se auto-excluindo do meio social, não se adaptam, se sentem rejeitados e o único lugar em que se sentem aceitos são na sua casa, no seu quarto e no twitter.

Vocês realmente acham que o número de suicídios de adolescentes cresceu por pura rebeldia? "Ah, sei lá, vou me matar pra causar polêmica!". Pff...
Não, os culpados são os pais. Exato, sem eufemismos, sem camuflagem, eles tem culpa! Vocês, progenitores, criaram seus filhos desse jeito, os fizeram viver em um mundo colorido-barney-restart onde tudo é perfeito e ninguém fala nada, por mais idiotices que seus amados Tamagotchis façam.

Para esclarecer, mais uma vez, não quero que as pessoas se moldem para se adaptar a sociedade, não é isso que quero dizer. Caso você tenha interpretado dessa forma, sugiro que um javali calvo... ah, já usaram essa. Enfim, prestem atenção!

Realmente, cada um deve ser aquilo que é (não encontrei expressão melhor, me matem). Porém, é preciso crescer sabendo como agir ao ouvir uma crítica, ao serem questionados sobre determinado comportamento, caso contrário é Gilette Mach 3 no pulso e open bar no velório.

Como tudo na vida, contudo, há sempre um outro lado. Há os que não se suicidam, mesmo tendo esse tipo de criação fascista, mongolóide, idiota. Geralmente essas crianças, que também nunca ouviram nada que as fizessem refletir, tem uma postura de liderança e, ao crescerem, arrumam um grupinho de outros adolescentes com o mesmo perfil de criação que as seguem e também nunca falam nada que a desagrade por pura debilidade mental, ou pelo medo de não ser aceito. Esses adolescentes crescem achando que são perfeitos, a nata da nata. Podem tudo, fazem tudo e na cabecinha recheada de excremento de cada um deles, estão sempre com a razão.

Esses são os que espancam prostitutas, apenas por serem prostitutas, arrumam brigas porque alguem deslocou o ar ao passar por deles, porque peidaram e se borraram, mas a culpa é de alguem, já que não possuem defeitos.

Esse é o retrato de uma juventude inapta, sem critério, sem limites. É essa juventude que espancam pessoas sem motivo, que andam de skate em túnel interditado (uma novidade, se algo está interditado, ESTÁ INTERDITADO PARA TODOS!), que pagam propina para escapar das besteiras que fazem, que afundam a cada respiração.

Então, antes de se preocupar com o que pode acontecer ao seu filho, se preocupe com o que ele pode fazer a sí mesmo e aos outros, pois, na realidade, é a única coisa que pode-se controlar. Fora isso, nosso controle sobre os acontecimentos são tão amplos quanto o conteúdo das músicas do Fiuk.

Abracinho!