sábado, 19 de março de 2011

Who dat?!

 Muito bem, dias de Obama no Brasil, de pessoas xingando os EUA como de costume, outros achando o máximo, alguns indiferentes, muitos não sabendo o que está acontecendo e a elite K.K.K. brasileira tendo que calar a boca para ouvir um negão e uma mulher. Ah, o futuro... quem diria que poderia ser tão interessante?


Pode parecer um assunto meio chato para vocês, ou de pouco interesse. Porém se você é uma das pessoas, eu lamento bastante a sua existência que só serve para roubar oxigênio do resto dos animais desse planeta. Essa visita do "Mr. President" é importantíssima para vermos com mais clareza qual será o verdadeiro futuro do nosso país. E não venham reclamar da Câmara ou do Senado, porque isso é assunto interno e o que está sendo falado aqui é política externa, atuação no cenário mundial. Além do mais, nós votamos naqueles filhotes de de vaca louca, portanto não somos muito melhores do que eles.

As primeiras notícias que pipocam na imprensa falam sobre a assinatura de tratados bilaterais envolvendo comércio, educação (Não sei pra que, pois as escolas nos EUA não são exemplo a ser seguido, muito menos a formação de cientistas, como é mais especificado), energia e exploração do espaço. Essa última me faz lembrar da explosão muito mal explicada de Alcântara e de como o Governo abandonou as investigações e os investimentos na área.

A questão é que não devemos mistificar os EUA como faziamos na década de 1990. Graças a George W. Bush a "América" está quebrada. Recessão durante dois anos, desemprego, quebra do sistema de saúde, corte de gastos em políticas sociais, sufocamento dos sindicatos, gastos militares absurdos, guerras fracassadas, etc. Portanto, hoje, Obama vem para o Brasil buscando uma parceria de verdade, não controle absoluto da maior economia latina do mundo, pelo simples fato de não ter a mesma força que tinha há 15 anos atrás.

Entretanto, esses acordos bilaterais não tem como funcionar de maneira prática. Os EUA fornecem subsídios absurdos para seus agricultores que ganham uma força de concorrência ilegal no mercado mundial diante dos demais, principalmente dos brasileiros (o Brasil chegou a ganhar uma causa contra os norte-americanos na OMC por causa dos subsídios aos produtores de algodão de lá). Essa é a hora do nosso governo ser esperto; forcem para que esses subsídios parem e tenhamos uma concorrência leal, pois o orçamento deles está sufocado e uma das principais causas são os gastos com os subsídios; aceitem uma parceria do uso do espaço, mas importem a tecnologia para avançarmos na ciência; façam intercâmbio de doutores, mas não os percam para o mercado norte-americano; tratem de pelo menos começar uma negociação sobre o etanol de cana-de-açúcar que é muito mais rentável que o milho. Enfim, exerçamos o papel que buscamos.

Obama, até uns 4 meses atrás, era contra a entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU pela projeção de o Brasil vir a ser uma potência hegemônica nos próximos 15 anos, mas já mudou sua postura pelo pouco poder de barganha que tem no momento.

É difícil assumirmos esse papel inédito de tentar encarar de igual para igual um país que tem uma hegemonia de quase um século, porém precisamos parar com a mentalidade vira-lata. Não é só o poder militar que conta hoje para exercer um papel importante no cenário mundial.

E que o FHC não me apareça falando merda DE NOVO em um comercial do Jornal Nacional.

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