quarta-feira, 8 de maio de 2013

E o Brasil mostra a sua cara.

 Sinceramente, há momentos em que eu vejo que não há saída para o mar de idiotice que nos banha dia a dia. Opiniões e mais opiniões, onde a maioria avassaladora é extremamente errada, sem fundamento, incoerente e que todos concordam. Claro, não se pode proibir tais opiniões, muito pelo contrário! Continuem falando que acham, pois eu defendo o seu direito de ser estúpido. Entretanto, apesar de respeitar a sua opinião, eu não sou obrigado a respeitar você, babaca!

 Vivemos numa realidade onde o senso comum tem mais valor do que a razão. Sim, senso comum e razão, na maior parte das vezes, não andam juntos. E isso ocorre pelo simples fato de que nosso pensamento momentâneo, nossas soluções rápidas, emergenciais, serem simplesmente incoerentes e falhas. Porém, quem tem tempo para pensar tendo que trabalhar o dia inteiro, se estressando ao se locomover pela grande cidade durante o dia e assistindo aquelas pérolas de originalidade e bom gosto que são as novelas globais??

 Enfim, comentarei sobre o caso do assassinato do traficante "Matemático" numa "operação" da "polícia" Civil do Rio de Janeiro. Não, não se preocupem. Não irei afundo no assunto sobre os Direitos Humanos pelo simples fato das pessoas serem bitoladas demais para pensar sobre ele e ficarem nos argumentos de boteco sobre o tema.

 Deixando de lado se você acha ou não se o tal traficante deveria morrer, defender a tal operação não é beirar a burrice, é se jogar no abismo dela. Como que alguém realmente pode achar que um helicóptero, no meio da noite, no meio de uma rua, por um quilômetro de extensão, numa área residencial, abrir fogo pesado é uma boa ideia? Ou o pior, de que foi uma atitude muito bem pensada, correta e Ave Polícia Civil caçadora de meliantes? É sério mesmo que vocês acham isso?

 É difícil demais entender o que se passa na cabeça vazia e doentia de alguém que defende uma operação dessa natureza. Não há o que se defender! A polícia não tem o direito de abrir fogo numa área residencial contra um suspeito que não está colocando em risco a integridade dessas pessoas e desses policiais no momento. PONTO FINAL! Não há discussão, é o bom senso que comanda qualquer atitude. Não é justo arriscar balear uma pessoa inocente para matar um bandido, de qualquer espécie! A polícia tem que primar pela segurança dos cidadãos em primeiro lugar. Qualquer um que apoie a operação da maneira que foi feita valoriza mais um bandido morto do que um cidadão vivo e, pra mim, não há diferença entre essa pessoa e o "Matemático", pois ambos defendem uma justiça própria, torta, covarde e, principalmente, acima do bem-estar dos que estão ao redor.

 O pior de tudo são as desculpas para a revolta superficial e tosca em relação a denúncia feita pelo "Fantástico", geralmente é a seguinte: "Ah, mas não acertou ninguém! Só pegaram o bandido, então por quê o reboliço?? Foi tudo perfeito!". NÃO, PORRA! Dizer que não há problema é defender que esse tipo de operação irresponsável volte a acontecer e, um dia, vai acabar matando alguém que não tem nada a ver com o ocorrido, talvez seja uma criança. É o mesmo que aprovar que um policial atire com uma bazuca em um sequestrador que está com um refém. Se não pegar o refém tá tudo certo? NÃO! Se o meio está errado, pouco importa o fim. Esse tipo de pensamento é o mesmo de um criminoso, que sustenta sua família, dá uma boa vida aos seus filhos, mas faz isso assaltando pessoas no meio da rua. O fim é legítimo, mas os meios não são.

 Além de todos esses pormenores, um aspecto que ninguém se preocupou seja, talvez, o mais grave de todos. Não havia confirmação de que o "alvo" era com certeza o traficante que estava sendo procurado. No vídeo é clara a conversa entre os policiais onde um fala que "Parece ele" e senta o dedo. Já imaginaram se ele estivesse errado? Sorte que não estava. E uma polícia que tem a sorte como fator determinante entre matar um suspeito e matar um inocente durante uma operação não pode ser idolatrada, tem que ser criticada! Pelo bem da própria polícia.

 Há mais ou menos um mês, na favela de Manguinhos, um policial da recente UPP da favela do Jacarézinho matou com um tiro um jovem de 21 anos. Aleílson Nogueira, casado com uma esposa de 20 anos grávida de 3 meses, trabalhava em um galpão de reciclagem e fez diversos cursos de informática visando arrumar um emprego melhor. Ele comia um cachorro-quente na rua quando os tiros aconteceram, logo após uma confusão entre moradores e policiais da UPP que abordaram um adolescente de forma exagerada e sua irmã tenha reagido junto com o mesmo e, pouco depois, outros moradores se envolveram na confusão. Diante dos protestos, os policiais atiraram contra a multidão desarmada. A irresponsabilidade nessa ocasião, matou uma pessoa inocente, deixou uma viúva e mais uma criança órfã de pai. Entretanto não é preciso ficar por aqui, vamos à Inglaterra onde a polícia atirou em um "suspeito" sem haver uma confirmação segura de que era quem procuravam. Jean Charles foi assassinado no meio do metrô e os policiais que cometeram o erro foram absolvidos. Os Direitos Humanos - sim, eles mesmos - deram apoio a família e, juntos, chegaram a lançar uma campanha pela revisão do caso.

 Muitos compararam - e claro que foi uma comparação completamente errada - as imagens do helicóptero da Policia Civil seguindo o carro do suspeito com as imagens do helicóptero da Polícia de Boston filmando o barco onde o segundo terrorista havia se escondido. Logo depois falam que, lá, os policiais foram condecorados e aqui serão julgados. O único detalhe, mínimo, muito bobo, é que a Polícia de Boston não atirou no barco que esteva no quintal da casa de uma família comum, que nada tinha a ver com o ocorrido. Nem mesmo quando isolaram a área o helicóptero fuzilou o barco. Eles convenceram o terrorista a se entregar e, por cidadão americano, leram os "Miranda Rights", os "Direitos de Miranda", que se deve ler e ser respeito pela polícia com qualquer cidadão sob custódia. Sim, o terrorista, que matou uma criança de 8 anos, feriu mais de 100 , estragou a vida de várias pessoas, foi preso como manda a lei. Nenhum cidadão foi colocado em risco durante a prisão e, na perseguição que resultou na morte de um deles, os tiros foram dados do carro da polícia, que, por sua vez, tinha informações de que havia explosivos no carro. Para preservar a própria integridade, os policiais utilizaram o último recurso que eles tem disponível. Matar um suspeito é o último recurso da polícia, pelo simples fato de que não se pode cumprir a lei com uma atitude que é proibida por ela. Mas esse é um assunto para outro post.

 Enfim, o Brasil, mais uma vez, mostra sua cara. E todas essas pessoas que falam "é por isso que o Brasil não vai pra frente", na verdade são, em grande maioria, parte do motivo pelo qual estamos tão atrasados, pelo qual o aborto é assunto religioso (???), a legalização das drogas é tabu, a democratização da polícia não é nem pensada pela maioria e onde dar tiro de fuzil do ar no meio de uma área residencial é totalmente aceitável, desde que não seja na Avenida Atlântica, porque se for... Aff, orkutização da Zona Sul!

Beijos e pensem! Dá trabalho, mas vale a pena.


Notícia sobre a campanha da família de Jean Charles e entidades de Direitos Humanos:
http://www.radioagencianp.com.br/node/347

Matéria sobre o assassinato de Aleílson Nogueira:
http://odia.ig.com.br/portal/rio/tiroteio-deixa-um-morto-no-jacarezinho-1.568572

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O discurso das fezes

 Estamos em 2013, porém há forças extremamente estúpidas e reacionárias tentando reverter o fluxo da evolução social.

 O Brasil tem apenas 25 aninhos de democracia, ainda há uma fragilidade muito grande no que diz respeito à liberdade de expressão, liberdades individuais, liberdade religiosa e etc. Por isso, movimentos, como dos fundamentalistas cristãos (não só evangélicos), ganham força no país.

 Esse tipo de reação de setores mais conservadores, que tem como objetivo principal na vida vencer uma batalha pokemon contra satanás, é sempre esperada. Não há nenhuma surpresa nesse barraco proselitista que vem se instaurando no país. O problema é que ele ganha legitimidade pelo apoio de diversas forças, oportunistas ou simplesmente estúpidas, tanto dentro do ambiente político, quanto em algumas camadas sociais. Pior ainda é que os argumentos utilizados são deturpações de conceitos como laicidade, liberdade religiosa e liberdade de expressão.

 De alguma forma, essas pessoas acham que sabem mais do que qualquer ser humano por seguirem uma doutrina religiosa, no caso a cristã. Eles sabem o que é melhor pra todos! É claro, pois o pequeno pombo chamado de espírito santo, tocou suas mentes insanas com seu pênis que engravida sem desvirginar. O que nós vemos são pessoas que só leram um livro na vida dizendo o que é certo e errado, que a ciência é um complô de pecadores, que o aborto é crime, que a maconha é do diabo e que mangalafengarritutuquapa... Nossa, como é difícil falar em línguas, não?!

 Eu sei que alguns podem pensar "Nossa, de novo falando de religião! Muda o disco!", porém dessa vez o assunto é muito mais grave.

 Antes de mais nada, as pessoas podem acreditar em qualquer coisa, de negar fatos, de se atrelar à estupidez. Você tem o direito de ser burro o quanto quiser, interpretar mitologias ao pé da letra a vontade. Entretanto, você não tem o direito de enfiar goela abaixo da sociedade suas crenças de Beto Carreiro World.

 Em 2011, o Deputado Federal João Campos, do PSDB de Goiás, criou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que, basicamente, transforma o Brasil numa teocracia. A proposta seria para que Instituições Religiosas tivessem o poder jurídico de tornar constitucional ou não leis, ou atos normativos perante a constituição Federal. Sim, a rapaziada que acredita na cobra falante voadora terá, caso seja aprovada tal PEC, o poder de legislar, mesmo não sendo apontados democraticamente.

 Essa é uma das medidas mais perigosas, retrógradas e incrivelmente ameaçadora ao Estado democrático de direito que eu já testemunhei. Simplesmente a laicidade vai pro espaço (que eles não acreditam que exista), temas de relevância social, medicinal e científica ficam dependentes da aprovação ou não das pessoas que bebem vinho achando que é sangue e fazem fiéis se debaterem no palco, como um peixe suicida que foge do aquário.

 Resumindo, nós voltamos aos gloriosos dias onde a religião comandava a política. Tempos tão gloriosos e prósperos que nós os chamamos de IDADE DAS TREVAS. Em pleno 2013, há uma ameaça real de retornamos ao século XIII, onde os brilhantes sacerdotes cristãos falavam que a terra era achatada, como seus pênis, que doenças eram causadas por demônios, que uns acham que estavam comandando a Comissão de Direitos humanos, e que a Terra era o centro do Universo, como o cu desses fundamentalistas é o centro pensante de seus corpos.

 O Deputado João Campos - criador da proposta que visa cagar em nossas cabeças-, de tão cristão, conseguiu financiar sua campanha com a benção da indústria bélica. Claro, não há nada mais cristão do que armas. Elas são inflexíveis, não pensam e são capazes de estourar seu cérebro.

 A situação é muito séria, pois a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), junto com seu relator, Bonifácio Andrada (PSDB de Minas Gerais), deu parecer favorável a tal PEC e ela está a ponto de ser votada (os links do site da Câmara dos Deputados que mostram o andamento da PEC estarão no fim do post).

 Imaginem viver em um país onde o progresso científico seja oficialmente impedido, pois alguns padres e reverendos possam ficar com raivinha dos resultados que apontam, mais uma vez, que suas crenças são bosta de cavalo? Ou que uma pessoa possa ser processada por criticar essas instituições estelionatárias, discriminatórias e retrógradas? Ou que homossexuais sejam perseguidos e que tudo esteja ok perante a lei? Ou que mulheres não possam reivindicar um tratamento igualitário? Não é uma ameaça apenas aos que não são cristãos, mas sim contra todos que lutaram para que possamos ter o direito de sermos livres pensadores, de expor nossas crenças (ou descrenças) livremente, nossas opiniões, nossas críticas.

 Há duas petições online contra a aprovação dessa PEC (deixarei os links abaixo) e que todos tem o dever civil de assinar e impedir essa cagada na cabeça de toda a sociedade ocidental, que tanto critica a predominância da teocracia no Oriente Médio.

 Religião é apenas uma opinião, ela não deve ser imposta, não deve ser legislada, muito menos ser tratada como uma verdade que esteja acima de qualquer crítica, questionamento e opinião. A sua bíblia fica na gaveta e sua religião deveria ficar apenas em sua cabeça. Afinal, pelo visto há espaço de sobra por aí!



Abaixo assinado da avaaz: http://www.avaaz.org/po/petition/Rejeicao_da_PAC_9911/?wEoFTab

Abaixo assinado da change: https://www.change.org/petitions/irm%C3%A3os-na-discord%C3%A2ncia-rejeitem-a-pec99-em-nome-da-laicidade-constitucional?utm_campaign=friend_inviter_chat&utm_medium=facebook&utm_source=share_petition&utm_term=permissions_dialog_false


Andamento da PEC: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=524259

Sessão que deu parecer favorável à PEC: http://www.camara.gov.br/internet/ordemdodia/ordemDetalheReuniaoCom.asp?codReuniao=31230

terça-feira, 26 de março de 2013

Voltamos pra caralho!

   Sim, nós voltamos. E vamos fingir que nunca paramos de existir para que possamos seguir direto ao assunto.

  Que o Brasil é um país extremamente conservador, apesar das bundas, e extremamente retrógrado, apesar do bloco das piranhas, não é nenhuma novidade. Os movimentos de minorias, como o LGBT, forçaram um debate justo e escancarado, para desespero dos religiosos e moralistas.
  Bom, todos sabemos que qualquer ação gera uma reação em sentido contrário e era muito previsível que os setores mais conservadores da sociedade reagiriam. O grande problema é ver que a maior parte deles, sabendo que vão perder o debate e o suporte da opinião pública mais cedo ou mais tarde (isso sempre acontece, reverendos), começa a tomar o discurso de vítima.
  Essa auto-vitimização é uma das coisas mais retardadas que se pode presenciar. O número de coisas ridículas ditas ditas por esse extrato reacionário da sociedade está em números quase tão grandes quanto os erros de português do Lula e as propinas recebidas por José Serra.
  Alguns exemplos são o discurso de 2011 da deputada Myrian Rios que fez, em uma sessão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a seguinte afirmação: "Eu não discrimino homossexuais. Só que eu tenho o direito de não querer contratar uma pessoa por ser homossexual."
  Uau, isso é estúpido em todos os níveis possíveis. E Vcs acham que acabou?? Tem mais. "Eu, por exemplo, se eu contratar um motorista e eu tenha dois filhos e esse motorista seja homossexual, não vou poder demiti-lo caso ele cometa a pedofilia com eles(sic pra caralho). Não vou poder fazer nada!"
  A merda é tão grande que não sei por onde começar a faxina. Myrian, eu sinceramente acho que vc vê seus filhos de uma maneira muito elevada. Aposto que se deixassem ela falar mais tempo ela diria "Meus filhos são lindos! Quem não gostaria de pontuar ali?? Nem eu resisto! E como boa católica que sou, transo com eles todas as noites logo depois da oração!".
  A repressão sexual que os mais religiosos sofrem é tão grande que eles simplesmente não tem nenhuma noção do que é o sexo. Afirmar que homossexualidade e pedofilia estão relacionadas?? É o mesmo que dizer que um boquete causa câncer cerebral! Sério, essas pessoas não conseguem ter a noção de que relação sexual, seja hétero ou homo, é algo totalmente natural e saudável. Há um bloqueio dogmático que precisa ser tratado!
  Mas deixando o fucfuc de lado, outra voz da "moralidade" que vem ganhando espaço por aí é a da âncora do SBT, Rachel Sheherazade. Ela tem sempre opiniões muito fortes e que devem ser sempre ignoradas, só que sempre tem uma parcela da população que leva a sério o que qualquer bobalóide fala. Em seu vídeo popular mais recente, ela defende o Deputado/Pastor Marco Feliciano que se retirou - mais uma vez - no meio de mais uma sessão da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara. Ela disse em alto e bom som que "O país é laico e a religião deveria importar. A democracia deve ser respeitada, logo se ele foi eleito, não podemos interferir no seu trabalho". Bom, após ela vociferar suas opiniões extremamente retardadas, ela abriu suas narinas e seu cérebro escorreu para a mesa. Na verdade a última parte foi apenas um desejo compartilhado entre mim e o cérebro dela, que também a acha estúpida demais para ter a companhia dele.
  Querida Rachel, democracia não é da maioria, ela é de todos. A Comissão dos Direitos humanos existe para que tais direitos sejam garantidos A TODOS, inclusive às minorias que frequentemente são discriminadas e violentadas em qualquer sociedade. E eu concordo que a religião não deveria ser levada em conta. Entretanto, esse "acordo" tem que ser uma via de mão dupla. Marco Feliciano tem opiniões racistas e homofóbicas baseadas na Bíblia que ele carrega e legisla de acordo com suas crenças. Crença é apenas uma opinião. Ninguém deve legislar baseado em sua opinião, mas sim baseado nas demandas da sociedade, nos pilares da Constituição e para o bem GERAL do povo. Eu não vou me importar com o Marco Feliciano  acreditar na mulher feita de uma costela, no Jonas vivendo dentro da baleia e na virgem grávida a partir do momento em que ele deixar essas histórias dentro da casa dele e parar de tirar suas conclusões do porque o continente africano está tão mal desse gibi da idade do bronze. Quando ele fizer isso e começar a pensar e a agir como um político decente, que legisla baseado nos princípios seculares da nossa constituição (é, Rachel, nossa Constituição não é baseada no cristianismo, tanto que não temos mais escravos), eu vou deixá-lo em paz. Porém, esse dia nunca vai chegar e eu, como grande parte da população, não aceita um imbecil de proporções bíblicas legislando na Comissão que defende quem ele odeia. E que vc, Rachel Sheherazade, comece a estudar sobre o que fala, ao invés de tirar sua moralidade do seu secador de cabelo.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Always know, sometimes think it's me. But you know, I know when it's a dream. I think a "No," I mean a "Yes," But it's all wrong. That is, I think I disagree.


Chega uma hora que cansa, que o objetivo muda. As pessoas mudam, infelizmente.
O objetivo do blog sempre o foi o mesmo, forçar uma discussão, fazer com que as pessoas pensassem sobre tal assunto e claro, fazer graça com isso tudo, porque tudo se discute, tudo se conversa e tudo pode sim ser piada. Tudo tem sua hora e lugar. Com base nisso, percebi que não tenho mais tempo e nem a mesma vontade de escrever, até porque a gente começa a conhecer melhor o mundo e aquele idealismo vai aos poucos se apagando (mas nunca se deixando apagar). Estou aqui pela última vez, por isso nesse último post que faço no blog vou falar abertamente sobre algumas coisas que ao longo desses devaneios estressados muito me incomodaram.

-Politicamente Correto:

Vão todos vocês a merda com essa história de políticamente correto, acho uma tremenda babaquice essa história de “tem coisa que não se brinca”, “isso é sério, não faz piada” ou “você gostaria que falassem isso de você?”. Não se trata de gostar ou não, e sim de saber brincar e receber brincadeiras. Como eu disse antes, tudo tem hora e lugar, tudo! Não vou fazer uma piada de morto num velório (por mais engraçado que isso pareça), não vou fazer uma piada sobre câncer em um quarto de um paciente em estado terminal e nem vou sacanear um gordo porque ele não passa na catraca ( a não ser que seja meu amigo). Usei esse exemplos porque todo mundo faz piada com isso, mas na hora que acontece em rede nacional ou alguém famoso faz, a primeira coisa que falam é: “nossa, que falta de respeito!” , “caraca, mas na televisão?” ou “acho isso um absurdo, vou correndo postar alguma coisa contra no face!”
Vocês que dizem ou pensam isso, são todos hipócritas e estúpidos, na hora em que você brinca pode porque é engraçado, mas porque a brincadeira é pesada e foi feita com alguém próximo ou que você gosta, aí vira insulto? Continue assintindo Caldeirão de Huck e a Dançados Famosos, por favor. POLÍTICA E RELIGIÃO SE DISCUTEM, PODEM SIM SER MOTIVO DE PIADA E DEVEM SER QUESTIONADAS, NÃO DISCUTIR É ESCONDER PROBLEMAS.

-Rockeiros do novo milênio:

Não quero discutir tipo de rock ou qual banda é melhor que a outra ou se rock é melhor que outros gêneros, mas se você é rockeiro, por favor, entenda essa porra de uma vez por todas.
Rock é atitude, é mais do que fazer um som que todo mundo goste! Existem bandas que tem músicos incríveis, mas que são uma bosta, por outro lado existem/exisitiram bandas como os Raimundos, que eram músicos fracos, mas que tinham atitude, falavam o que queriam sem medo de serem repreendidos. O que vejo nas ruas é uma modinha ridícula de rockeiros que só se consideram assim pela música que ouvem e pelas roupas que vestem, idiotas que abaixam a cabeça e se borram de medo quando outras pessoas falam: “rockeiro sujo, idiota, nerd, mogoloide” e simplesmente não fazem nada, só xingam muito no twitter. Quando eu era mais novo via aquele bando de rockeiro e eles é que metiam medo, não por ameaçarem as pessoas, mas por imporem respeito. Tudo se resume a respeitar e ser respeitado, e não da meneira como vocês rockeirinhos de bosta se comportam, são desrespeitados e vão pra casa chorar lendo mangá.
Obs muito importante: Você ler mangá não te faz alguém melhor e não faz você japonês. Se você realmente acha o Japão melhor que o Brasil, junte uma grana e vá para o país com um dos maiores índices de pedofilia do mundo criar sua família. Otakus idiotas.

-Política:

Meus caros amigos, ninguém é obrigado a gostar de política, mas é nossa obrigação entender e conhecer! A época de eleição está chegando e daqui a pouco começam os burburinhos de idiotas por todos os cantos. Votem em quem vocês quiserem, mas que seja porque pesquisaram, leram e entenderam as propostas dos mesmos, não votem só porque a Globo pinta tal político bem, porque a Veja fala mal de todos os partidos de “esquerda” ou porque seus pais também vão votar. Todo mundo tem direito a fazer sua própria escolha, sem medo de ser taxado de revolucionário ou conservador, mas que seja uma escolha feita pelos seus princípios e não porque alguém te falou que ia ser legal. Pesquisem, pensem e estudem! Ninguém e nenhuma proposta é perfeita.

Bom, macacada, é isso. Não postar mais aqui não quer dizer que abandonei meus ideais ou simplesmente não tenha mais vontade de mudar o que me incomoda, mas significa simplesmente que o blog pra mim já cumpriu o papel que deveria. O alcance foi curto, mas espero ter de alguma forma feito alguma cabeça pensar mais ou simplesmente começar a pensar. Às vezes chego a pensar que pode ser um pouco de imaturidade da minha parte acreditar que as coisas podem ser melhores, mas acho um babaca debilóide quem diz que para crescer temos que encarar a verdade e deixar idialismos de lado. Para se chegar em algum lugar tem que se acreditar em sonho e fazer por onde, e não ficar parado assistindo e só sonhando. Agradeço ao meu companheiro de blog que de alguma forma me ajudou a botar pra fora essa revolta com o mundo, que me acompanha em cervejas e piadas esdrúxulas sobre coisas mais cabeludas que a palma da mão de um adolescente que acabou de descobrir como se limpar um histórico.
Galera, não deixem de pensar e questionar, só assim vamos sair dessa situação que o Brasil se encontra, se nossos pais e avós não se importaram com porra nenhuma e deixaram essa pica na nossa mão, cabe a nós fazermos alguma coisa, ficar só lamentando e postando coisas “revolucionárias” no facebook é que não dá!
Foi um prazer escrever nesse blog, quem sabe um dia aquela vontade de escrever  asneiras e revoltas pra ninguém ler não volta? Talvez eu não concorde mais com algumas coisas que escrevi, mas isso faz parte do processo de pensar e mudar de ideia, mas não me arrependo de absolutamente nada. Não esperem vocês, 2 leitores, encontrarem mais algum post depois desse de um tal de “tardelle”, vou embora sem nenhum rancor e feliz pelo o que escrevi.

Até algum dia,

Tardelle.

domingo, 27 de maio de 2012

I WANT IT ALL AND I WANT IT NOW


Cacildes!

Inspirado por uma ondinha absurda de ondinhas, volto pra esse buraco sem fundo tirar o atraso.
Manolos e manolas, nos desculpem pelo descaso para com o blog, mas é que ninguém lê essa merda e nós (eu) ando ocupado com trabalho, monografia, sono e ócio. Sendo assim nos falta tempo e vontade pra postar alguma coisa.

Mas voltando ao que interessa, se você já leu no mínimo 2 posts neste blog (parabéns, você bateu um recorde) deve saber que odiamos e abominamos modinhas, ondinhas e coisas do gênero, logo não pude deixar passar as últimas vividas nessa vida tão sofrida que meus vinte e poucos anos me proporcionam.



Nos últimos meses, venho percebendo uma crescente de mongolice nunca antes vista, seja na rua ou mesmo na internet. Vamos começar por aqui, pela internet,  tão boa e tão ruim ao mesmo tempo. Você que possui amigos ou é um cidadão de classe média, frequenta ou conhece pessoas que frequentam boates e festas caríssimas, deve saber que essas pessoas tem a sua tribo, seu gosto musical, ou seja, suas características, entre elas puxar o cabelo de uma mulher para mostrar que ama e a mesma retribuir o carinho já que sua blusa do agressor é da Hollister e seu Iphone tem 81974 aplicativos. Nada de novo até aí, não é? Mas o que anda acontecendo, não me incomoda, mas me intriga. Venho vendo fotos destes acéfalos, e todos eles cismam em fazer os chifrinhos do nosso bom e velho rock and roll, seguidos de uma linguinha escrota pra fora.
Alguém pode me explicar o por que disso? Sério, não entendo, todos eles falam tão mal do rock e mesmo assim imitam o mesmo, por que será? Por que levam uma vida hardcore e querem se expressar, ou só porque, porque...POR QUE?? Não faço ideia.

Outra boa nova vinda da mongolandia, é a mania de querer ser nerd. Na escola era horrível ser nerd, eu não gostava de ser considerado um e muito menos acho bonito isso, mas por incrível que pareça todo jovem de classe média quer ser um. Compra seu iphone, baixa o instagram, coloca uma armação no óculos vintage e diz que ama jogos, mas o único que joga é Angry Birds. Minha gente, pra quê? Vamos ser autênticos e é tão simples, é só ser você mesmo, não tente seguir modinhas, você se torna escroto, ir com todo mundo é chato. Você não é um nerd só porque assiste The Big Bang Theory e acha que conhece os Vingadores (90% DAS PESSOAS NÃO CONHECE, SEU ARGUMENTO É INVÁLIDO) . Meus lindos, nerd é aquele cara que vive trancado em casa, sem fazer nada, sem sair pra uma noitada, sem querer fazer novos amigos, conversando em bate papos e jogando seus joguinhos, tomando todinho e reclamando porque a mãe quer que ele levante pra ela arrumar a cama.

A última tremenda babaquice (essa só posso falar dos cariocas, não sei no resto do país) é a paixão repentina por Los Hermanos. Só porque seu irmão mais velho gosta, conhece e sabe cantar as músicas, não quer dizer que você sabendo cantar uma dúzia de músicas, é tão fã quanto ele. É ridículo ver como as pessoas correram atrás dos ingressos sem ao menos saber do que se tratam as músicas e muitos sabem que tipo de música eles fazem. Eu gosto, acho legal, e não tive muita vontade de ir (e ainda tem o tipinho que acha que só falo isso por inveja ), ainda assim gostaria mais do show do que 80% dos compradores, que na verdade foram pra lá pra poder dizer que estiveram no último shows dos Los Hermanos de todos os tempos deste ano.

Resumindo, minha gente, estamos vivendo uma crise absurda de identidade, ninguém mais quer estar por fora do círculo, ninguém mais quer parecer normal, todo mundo quer gostar do que poucos gostam. 


Estúpidos.

Um beijo.